As palavras comeram
os meus dias;
o eco de meus sons;
fizeram de meus sonhos
pombas imprudentes
(retornando a pombais
que não são meus).
Letras, fizeram
de meu grito, carbono;
de minhas preces, manchas
Letras e palavras
fizeram de mim poeta.
A poesia fez de mim
um suicida
desarmado.
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Virou silêncio
o que antes era lar.
Onde pus minha caneca,
o café jamais chegou.
Choveu todo o dia,
e mesmo assim nada lavou.
Eu cuidei de secar
o que a água inundou.
Deixei no caminho de Pasárgada
o lar,
o homem,
o ar,
Por que esse mundo-moinho
talhou meu caminho
sem me consultar.