Porta a porta, te vendo
gritando alto teu nome entre os varais
para que corram as senhoras
e suas roupas de florais
para que se abram as janelas
a ver teu semblante
para que exalem sorrisos
ao invés de alvejante.
Lavo as ruas - sujas ruas -
com teu nome
para embeber a minha vida
e matar a minha fome
para brotar do negro asfalto
o calor da tua presença
para tirar dessa cidade
esse gosto de sentença.
Te disperso em cada esquina
para que estejas lá
a me ver menina
para que estejas lá
quando eu passe
para que enlace, transpasse,
me escasse.