quinta-feira, 17 de abril de 2008

Rapidinhas

As palavras comeram
os meus dias;
o eco de meus sons;
fizeram de meus sonhos
pombas imprudentes
(retornando a pombais
que não são meus).
Letras, fizeram
de meu grito, carbono;
de minhas preces, manchas
Letras e palavras
fizeram de mim
poeta.
A poesia fez de mim
um
suicida
desarmado.
-

Virou
silêncio
o que antes era lar.
Onde pus minha caneca,
o café jamais chegou.
Choveu todo o dia,
e mesmo assim nada lavou.
Eu cuidei de secar
o que a água inundou.
Deixei no
caminho de Pasárgada
o
lar,
o homem,
o ar,
Por que esse
mundo-moinho
talhou meu caminho
sem me consultar.