segunda-feira, 17 de setembro de 2007

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

A menina dos olhos de lupa

A menina e os poetas

Aquela de olhos demais passa noites com Vinicius de Moraes
gotejando em seu ouvido;
Nas mãos:
Fernando Pessoa.Nos gélidos pés: Mário Quintana.
Os poetas tomam-na completamente. Levitam-na. Bailam em salões anis.
Aquecem os seus pés. Entorpecem sua alma. Lambem suas orelhas.
Os olhos da menina brilham como a estrela mais cintilante do céu.
Goza de prazeres incomuns.
Transborda em mundos sutis e ardilosos.
Flutua no ar, como mágica..Magia poética.
Sonetos e temas e poemas. O mundo se fez de prazer.
Ardia lentamente em sua alma o desejo de transcender a pele..

Porém, os poetas fartam-se.
Abruptamente a menina cai...
Vinicius toca a ultima canção e se vai. Vai com o uísque e o violão.
O
Pessoa dá lições e se cala. Ele tem outras mãos para habitar.
Mário foi cuidar dos jardins.Cansou-se dos pés frios..
Ele estava
a espera das borboletas.

A verdade é que mesmo após tantos gozares, a menina prosseguia insatisfeita.
Os poetas tomaram-lhe o corpo e a alma,
mas
interromperam o coito, por não obterem o principal: Sua mente e coração.
Pobres Poetas!
Renderão canções e poesias à menina incauta, intransponível, e de olhos demais.
Inconformados, dirão que a menina não sabe amar nem aprecia o prazer.
Tolos Poetas!
Mal sabem eles que não há poesia mais linda e amor maior que o que habita aquele pequeno coração e cria aquela mente enaltecida.
É provável, que se tivessem adiantado-se, em outro tempo, tomariam a menina completamente.
No entanto, agora,
a menina já se entregara.
A quem os nobres cavaleiros chamam
Marvin, o rapaz da rima perfeita, dera a mente e o coração.
Pobre menina! Nem anseia a devolução.