sexta-feira, 30 de maio de 2008

Era domingo
o tempo, folha de outono,
caiu sorrateiro dos galhos meus
Me fiz palavras e ilusão
nem medos
nem sonhos
nem desejos

Era domingo.
Frio e chuva
batendo na minha janela
Chovia toda cidade;
todo o jardim;
Chovia tudo
em mim.

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Não quero. Não sei. Não posso.
As letras negam dança com o papel.
A poesia foi embora.
Me deixou:
caixão e misericórdia.
- Não a julgue assim, pequena.
A poesia sempre salta.

Faltam palavras
nas minhas linhas.
Rimas pequenas
Versos fracos.

Não cabe em mim aquele sol que não raiou.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

1° de maio

Sustenta o ânimo,
homem meu,
vou dizer o quanto
te amo.
Se foi ilusão
ou choro, não importa.
Hoje, vou dizer
o quanto te amo.
Se o poema fosse canção
e o meu canto
não fosse essa cólera suicida
Te dirias, amado meu,
que
amor maior
não encontrarás nesta vida.
-

Aonde estás, amor?
Poupou-me a companhia
no café e no jantar
Do almoço, fiz varanda
- vi a tarde passar -
Poupou-me da presença
de te amar?
Se vais matar,
mata-me
- deixei o amor sobreviver -
Amantes precisarão
pra viver
desse amor que um dia
entreguei à você.
-

De ti, não quero apenas
o riso e o abraço;
o berço e os bons tratos
Te quero inteiro:
corte,
sangue
e lágrima
Te quero problema
e desespero
Te quero desespero
e
saudade
Te quero frágil;
impotente; solidão
Te quero menino
pra
descansar em mim:
Fortaleza e cais.
-

Vem, pequeno
descansar, em
minh'alma mundana,
toda tua fúria
de
homem perdido
Vem, caber-me nos braços;
Fazer abrigo dos abraços
Unir pequenos laços
e
fazer um lar.


Você me daria a mão?